Fone bluetooth: g1 testa 6 modelos que custam menos de R$ 500


Aparelhos sem fio oferecem boa qualidade de som, mas não contam com recursos avançados presentes em equipamentos mais caros. Veja o resultado dos testes. Guia de Compras: fones de ouvido bluetooth
Juan Silva/g1
Seja para usar na academia, no trabalho ou no metrô, os fones de ouvido bluetooth são uma alternativa para cortar os fios na hora de ouvir músicas e podcasts.
Mas nem sempre o bolso permite comprar um modelo mais caro, como o Apple AirPods Pro, vendido por R$ 2.600. Ou o Samsung Galaxy Buds2 Pro, nas lojas por mais de R$ 1.000.
O Guia de Compras testou seis modelos que custavam, em abril, entre R$ 190 e R$ 500 nas lojas on-line consultadas.
Os fones avaliados foram:
Edifier W220T
Geonav AerLive
Huawei FreeBuds 5i
JBL Wave Flex
Philips TAT1235
Xiaomi Earphones 2 Basic
As opções se dividem em três tipos de fones: os simples (Geonav e Philips), os simples que se inspiram no design dos AirPods (Edifier e Xiaomi) e os com alguns recursos adicionais (Huawei e JBL).
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Essa categoria de produto também é conhecida como TWS (true wireless). Os aparelhos funcionam com qualquer dispositivo compatível com o padrão bluetooth, seja celular Android ou iPhone, tablets, TVs e computadores, entre outros.
Leia os resultados a seguir e, ao final da reportagem, a conclusão.
Edifier W220T
O Edifier W220T é um dos “irmãos dos AirPods” que cumpre bem sua função, com uma boa qualidade de som, mas sem recursos adicionais, como cancelamento de ruído.
Nas lojas on-line, o aparelho custava R$ 400 em abril.
Como ocorre com o modelo da Apple, os fones brancos se encaixam direto ao canal auditivo, sem usar uma borrachinha para ajudar a segurar.
Por conta disso, o som ambiente passa um pouco, o que é bom para usar em locais públicos, sem perder a atenção ao redor.
A qualidade do som é boa para um fone nessa faixa de preço, com um áudio equilibrado na hora de ouvir podcasts e música em geral, do eletrônico ao rock.
Em comparação ao modelo da Xiaomi, que está na mesma categoria, o resultado é bastante similar.
O fone não exagera nos graves ao ouvir música pop de academia, como The Weeknd, mas dá para perceber as batidas ao fundo. Em chamadas, o som ficou bom também.
O estojo de recarga também é bem parecido com os AirPods, com os cantos um pouco mais arredondados. O equipamento conta com proteção IP54 contra poeira e respingos de água.
O modelo da Edifier conta com um aplicativo para controle pelo celular (Edifier Connect), que permite ajustar a equalização do áudio em modos pré-selecionados (rock, pop, clássico e normal) e checar a carga da bateria.
O app ainda permite ativar um modo para jogar no celular e ajustar os comandos por toque na lateral dos fones.
A bateria dos fones dura em torno de 6 horas, com mais 3 recargas completas no estojo.
Geonav AerLive
Modelo mais barato da lista, sendo vendido por R$ 190 nas lojas da internet em abril, o Geonav AerLive é um fone básico sem recursos adicionais, mas que cumpre bem seu papel.
Ele oferece uma excelente experiência sonora em comparação com o outro modelo da categoria básica, o Philips TAT1235.
O formato dos fones é tradicional, com a ponteira do fone recoberta por uma borracha, que ajuda a isolar o ruído externo. As hastes têm um sensor de toque, que permite atender chamadas e controlar a reprodução de músicas.
O modelo da Geonav conta ainda com proteção contra suor (padrão IPX4).
O som que sai dos fones é reforçado nos graves, com a batida do baixo mais perceptível e forte na comparação com os outros modelos do teste, mesmo de outras categorias.
Ouvindo artistas como Skrillex e Tame Impala, deu para perceber bastante a pulsação do grave. Para podcasts e chamadas, a qualidade sonora ficou bastante nítida também.
Mas não tem controle via app e a bateria tem um pouco menos de capacidade na comparação aos outros modelos.
Nos testes, a bateria dos fones durou em torno de 4 horas, e o estojo de transporte garante mais duas recargas. Isso significa que, durante a semana, os fones da Geonav precisem ser recarregados com maior frequência.
Huawei FreeBuds 5i
Os FreeBuds 5i, da Huawei, são os fones mais caros entre os modelos do teste. Eram vendidos em abril nas principais lojas on-line por R$ 500.
Mas eles oferecem mais recursos que os demais modelos do teste, como cancelamento de ruído ativo e modo ambiente, para ouvir o entorno sem precisar remover os fones.
O formato dos fones é similar ao modelo da Geonav, com uma haste com borracha nas pontas e que lembra bastante os AirPods Pro, da Apple. Para melhor ajuste no canal auditivo, foi preciso trocar a ponteira por uma menor.
Os fones oferecem proteção contra água (certificação IP54).
A qualidade do som é muito boa, com tons sutis e um áudio detalhado. É um bom fone para ouvir música clássica, podcasts e pop em geral, sem exageros nos graves.
Uma boa correção em comparação ao FreeBuds 4i, modelo antigo da marca (veja o teste), é que o controle de volume ficou mais fácil de ajustar – o anterior era muito alto.
O modelo conta com cancelamento de ruído básico, que ajuda a isolar o som no escritório e na rua – em um teste com ventilador de teto ligado, o som das pás foi bastante reduzido.
Outro recurso útil presente no produto é o sensor que pausa a música quando um dos fones é removido do ouvido. Entre os modelos do teste, só os da Huawei e da Xiaomi apresentam essa função.
Os fones da Huawei ainda têm um modo ambiente (chamado Reconhecimento), que gerou menos ruído/estática que a geração anterior.
As hastes são sensíveis ao toque para controlar volume, funções, chamadas e reprodução de músicas. Alternar de um modo de uso para outro gera alertas em inglês. Mas o aplicativo para Android está em português e ajuda bastante nos ajustes.
A duração da bateria dos fones chegou a 5h30 com o cancelamento de ruído ativo. O estojo permite mais 3 recargas completas.
JBL Wave Flex
O JBL Wave Flex entra na categoria dos básicos cheios de recursos, como o Huawei FreeBuds 5i.
É um fone com estojo minimalista, sem tampa: os fones ficam presos por um ímã, como no JBL Wave 100TWS (veja o teste). Por conta disso, não dá para saber direito onde é a frente ou a traseira do estojo sem olhar – e ocorreu a mesma confusão de errar o lado do fone na hora de colocar no ouvido.
O produto era vendido por R$ 300 nas lojas on-line em abril.
O formato do Wave Flex é similar ao dos fones da Philips avaliados, sendo uma peça única com uma ponta com borracha que entra no canal auditivo, sem ter uma haste externa. Foi preciso trocar a ponteira por uma borracha menor durante a avaliação para um melhor encaixe.
Os fones e a caixa de recarga têm proteção contra água e poeira – é o único produto do teste com proteção também no estojo de transporte.
A qualidade sonora é muito boa, com graves fortes – mas não tão exagerados quanto os do modelo da Geonav – e um som nítido e bastante claro, bom tanto para ouvir o DJ Armin Van Buuren quanto Ludmilla.
Como ocorria no Wave 100TWS, o Wave Flex também permite pareamento rápido com celulares com sistema Android. Basta tirar o fone do estojo carregador que o smartphone já reconhece o acessório de forma automática, sem precisar de configurações adicionais.
Os fones da JBL também trazem melhorias em comparação ao modelo anterior, como a presença de um modo ambiente, que tem pouco ruído de fundo.
O app permite ativar a função “TalkThru”, que reduz o volume e permite conversar sem tirar os fones.
Também é possível alternar entre um modo de áudio (para chamadas de voz e ouvir música) com maior qualidade de som em vídeo, para aprimorar a sincronia da voz em chamadas pela internet.
A bateria dos fones chegou a 7h30 de uso, a maior entre os modelos do teste. O estojo carregador permite mais 3 recargas completas.
Philips TAT1235
O Philips TAT1235 entra na categoria dos fones básicos e baratos, sendo vendido na faixa dos R$ 200 nas lojas da internet em abril.
O aparelho é bastante simples e cumpre sua função para quem não é muito exigente com qualidade do som, que não se destaca muito.
Dá para perceber bem as vozes e os tons médios, mas os graves desaparecem em músicas de artistas como Gloria Groove e Pabllo Vittar. Para podcasts, funcionou bem.
Os fones também não têm aplicativo ou outras funções adicionais: basta conectar ao celular ou outro dispositivo e sair ouvindo músicas e podcasts.
O controle das músicas e chamadas é feito por toque na lateral de cada fone. O encaixe no canal auditivo é similar ao JBL Wave Flex, com um fone menor, sem haste, com borracha na ponta. Os fones têm resistência a respingos e suor.
A bateria, nos testes, seguiu o padrão que a fabricante indica: quase seis horas de reprodução nos fones. O estojo permite mais duas recargas antes de precisar retornar à tomada.
Xiaomi Earphones 2 Basic
O Xiaomi True Wireless Earphones 2 Basic também é um dos modelos que lembram muito os AirPods, pelo formato do fone de ouvido e encaixe no canal auditivo, sem usar borrachas.
A grande diferença aqui para o modelo da Apple está no tamanho da haste (3,07 cm contra 4,4 cm na Xiaomi) e um estojo de carregamento com formato mais quadrado.
O modelo da Xiaomi é bastante simples, sem app, mas conta com sensores de toque nas hastes para comandar chamadas e reprodução de músicas.
Os fones, assim como os da Huawei, pausam a música de forma automática quando um deles é removido do ouvido. A fabricante não informou se o aparelho tem proteção contra água e respingos.
A qualidade do som é boa, como a do Edifier, com um perfil sonoro que permite diferenciar bastante os instrumentos.
O formato dos fones permite a entrada de bastante som externo, mas o som é nítido e claro, sem exageros nos graves em músicas de Calvin Harris e Rihanna.
A reprodução de voz em podcasts também é boa.
Nos testes de bateria, os fones duraram quase cinco horas de uso. O estojo de transporte permite até mais 4 recargas.
Conclusão
DESTAQUE NO CUSTO-BENEFÍCIO: o Geonav AerLive tem uma qualidade sonora muito boa com um preço bastante acessível. É indicado para quem quer algo bom e barato, mas vale lembrar que a bateria precisa de mais recargas que os outros modelos do teste.
PARA MALHAR: pelo formato de encaixe no ouvido, os fones “estilo AirPods” escorregam menos – Edifier e Xiaomi são uma boa recomendação de compra.
Os modelos com haste e encaixe com borrachinha (Geonav e Huawei) também ficam bem presos. Os menores, sem haste, da JBL e Philips tendem a escorregar com o suor.
PARA TRABALHAR: o JBL Wave Flex e o Xiaomi True Wireless Earphones 2 Basic são os modelos avaliados com os melhores microfones para chamadas. O da JBL até tem um modo de uso específico para videochamadas.
Veja na imagem abaixo o formato dos fones:
Fones sem fio: Edifier, Geonav, Huawei, JBL, Philips e Xiaomi
Henrique Martin/g1
O QUE MUDOU EM RELAÇÃO AO PRIMEIRO TESTE: no final de 2021, os modelos mais baratos do teste faziam apenas o básico – se conectar ao celular e tocar música.
Os fones deste teste de 2022 mostram que recursos mais avançados já começaram a chegar aos aparelhos mais em conta, como cancelamento de ruído e modo ambiente. E que nem sempre o preço é um fator que limita a qualidade de som.
Como foram feitos os testes
O Guia de Compras solicitou aos fabricantes os modelos mais recentes de fones bluetooth na faixa de R$ 500 ou menos. Os aparelhos foram enviados por empréstimo e serão devolvidos.
Foram considerados a facilidade de instalação, os recursos disponíveis e os aplicativos para smartphone (ou não). Depois disso, foram horas e horas de música de estilos variados ouvidos durante as duas últimas semanas de março.
O teste de cancelamento de ruídos, quando disponível, foi feito no escritório doméstico, com um ventilador ligado. Já o de modo ambiente foi feito com conversas dentro do home office.
A duração da bateria depende muito do perfil de uso de cada pessoa. No geral, todos os fones avaliados aguentam uma semana de uso sem precisar de recarga no estojo.
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Fonte: G1_Tecnologia

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