TikTok promete transferir todos os dados de americanos para servidores nos EUA


Executivo foi questionado sobre proteção de dados e moderação de conteúdo na plataforma em comitê da Câmara dos Estados Unidos. Ele negou que a rede social compartilhe dados de usuários americanos com a China. Shou Zi Chew, diretor-executivo do TikTok, em audiência na Câmara dos EUA, em 23 de março de 2023
Reuters/Evelyn Hockstein
A Câmara dos Estados Unidos ouviu nesta quinta-feira (23) o diretor-executivo do TikTok, Shou Zi Chew, em um comitê que apura possíveis riscos do aplicativo chinês para a segurança nacional e as crianças do país.
O TikTok tem 150 milhões de usuários nos EUA e emprega 7.000 funcionários no país. Os números foram divulgados pelo executivo em vídeo divulgado na plataforma, na terça-feira (21), em uma posicionamento contra a proposta de banir o aplicativo no país.
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A ByteDance, dona do TikTok, está no alvo de autoridades que apontam o suposto acesso da China a dados dos usuários, o que foi negado por Chew. Ele disse que a empresa vai transferir as informações de americanos para servidores nos EUA.
“Entendo que haja preocupações decorrentes da crença imprecisa de que a estrutura corporativa do TikTok o torna dependente do governo chinês ou que ele compartilha informações sobre usuários dos EUA com o governo chinês. Isso é enfaticamente falso”, declarou o executivo em seu discurso inicial.
“Deixe-me afirmar isso de forma inequívoca: a ByteDance não é um agente da China, nem de qualquer outro país”, continuou.
Na audiência, Shou Zi Chew foi questionado sobre:
Proteção de dados de usuários americanos: o executivo afirmou que todas essas informações serão transferidas para os EUA até o fim do ano;
Segurança de crianças e adolescentes: o chefe do TikTok disse que, além da idade informada pelos usuários, a rede social usa um algoritmo que analisa vídeos para determinar se eles são menores de idade;
Moderação de conteúdo: parlamentares alegaram que o TikTok não controla conteúdo prejudicial, como vídeos que incluem violência e ameaças;
Espionagem contra jornalistas: a ByteDance informou em dezembro que demitiu quatro funcionários que acessaram dados de dois jornalistas sem autorização;
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Possível venda do TikTok: Chew disse que “a questão não era sobre propriedade” da empresa e defendeu que a transferência dos dados para servidores nos EUA resolveria as preocupações levantadas por autoridades americanas;
Diferenças do TikTok para aplicativo-irmão: parlamentares afirmaram que o Douyin, versão da rede social para a China, não tem tanto conteúdo prejudicial quanto a versão usada no restante do mundo.
Durante a sessão na Câmara americana, o executivo também afirmou que três dos cinco membros do conselho da Bytedance são americanos e que investidores de vários países detêm juntos a maior participação na empresa.
Mudança em servidores
O diretor do TikTok destacou que, hoje, por padrão, dados de novos usuários americanos já são armazenados em um servidor da americana Oracle. Mas ele afirmou que dados antigos seguem em servidores da ByteDance na Virgínia, nos EUA, e em Singapura, que serão encerrados.
“Quando isso for feito, todos os dados protegidos dos EUA estarão sob a proteção da lei dos EUA e sob o controle da equipe de segurança liderada pelos EUA. Isso elimina a preocupação que alguns de vocês compartilharam comigo de que os dados dos usuários do TikTok podem estar sujeitos à lei chinesa”.
Histórico de redes americanas
Chew afirmou que as redes sociais americanas lidam com os mesmos problemas pelos quais o TikTok está sendo criticado.
“As redes sociais americanas não têm um bom histórico de privacidade de dados e segurança dos usuários”, afirmou. “Olhe para o caso Facebook e Cambridge Analytica, apenas como um exemplo”.
A Casa Branca, a Câmara, as Forças Armadas e mais de metade dos estados americanos já baniram o uso do TikTok em celulares oficiais, usados por políticos e funcionários. Medidas parecidas também foram tomadas em países como Reino Unido e Canadá, além da União Europeia.
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Fonte: G1_Tecnologia

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